Só em 2020, a Fundação divulgou 323 estudos importantes para subsidiar os setores produtivos, auxiliando na tomada de decisão dos diversos agentes do Estado
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) foi criada há 14 anos para fomentar pesquisa em ciência, tecnologia e inovação no Estado do Pará. Desde a data de fundação, em 26 de julho 2007, a instituição se destaca pelo apoio financeiro a projetos, como os programas os programas StartUP Pará e Barômetro da Sustentabilidade.
De acordo com o Relatório de Avaliação do Plano Plurianual 2020-2023, a meta foi ultrapassada. Somente em 2020, a Fapespa divulgou 323 estudos importantes para subsidiar os setores produtivos, auxiliando na tomada de decisão dos diversos agentes.
Negócios inovadores
Coordenadora do Programa StartUP Pará, Maria Trindade falou sobre os esforços para impulsionar o empreendedorismo inovador a partir de recursos exclusivamente estaduais.
“A Fapespa disponibiliza através do Programa StartUP apoio técnico e financeiro para propostas de ideias inovadoras ou empresas (startups) que provoquem mudanças significativas para o desenvolvimento sustentável do Estado. Temos atualmente 27 empreendedores selecionados na primeira chamada, em duas modalidades: ideação/novos negócios; e aceleração/empresa. Após a seleção final, desses 10 de cada modalidade poderão receber o apoio financeiro e benefícios qualitativos no intuito de aprimorar suas propostas, para chegar ao mercado com mais segurança e ter o seu desenvolvimento com maior chance de sucesso”, pontua a coordenadora.
O programa StartUP Pará é conduzido pela Fapespa, além das Secretarias de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet); e de Planejamento e Administração (Seplad). Desde junho de 2021, a execução técnica passou a ser realizada pela Fundação Guamá.
Walace Gomes Leal é neurocientista e um dos beneficiados pelo StartUP Pará. “Esse programa é fantástico e a pesquisa e inovação nunca foram tratados como estão sendo agora. Como professor universitário, teve um momento que eu quis transformar o produto da minha pesquisa em algo que pudesse entrar no mercado, tanto na questão de monetização mas também para benefício da população”, adianta.
O pesquisador pretende transformar a startup em uma empresa para disponibilizar produtos no mercado. “Estou desenvolvendo uma substância no programa Startup na Neuroprotect, (minha startup) uma substância que protege o cérebro de pessoas que tiveram AVC (Acidente Vascular Cerebral), um bioproduto derivado da flora amazônica, um neuroprotetor natural. Com o treinamento que está sendo feito no Startup Pará, possibilita a efetividade. Está sendo muito gratificante, um aprendizado muito grande. Quero parabenizar o Governo do Pará por este programa incrível porque assim começamos a nos aproximar de grandes centros como São Paulo onde se investe muito em inovação e de países desenvolvidos como Estados Unidos e Alemanha”, avalia Walace.
O programa também investe em soluções para evitar o desperdício no consumo de água, identificação e monitoramento do Alzheimer, e produtos para prolongar a vida útil de alimentos nas prateleiras estão entre os participantes. Um terço dos projetos selecionados são coordenados por empreendedoras destacando a participação significativa de mulheres.
“Essa iniciativa resultará na manutenção e ampliação da participação no mercado de negócios inovadores ou de base tecnológica, na melhoria da qualidade de bens e/ou serviços, no aumento da capacidade produtiva, no desenvolvimento de futuras gerações de emprego no desenvolvimento de econômico do estado, gerando soluções que poderão impactar de forma positiva na qualidade de vida de todos os paraenses”, frisa Maria Trindade.
Indicadores Socioambientais
Roberto Tuma, diretor de Pesquisa do Meio Ambiente da Fapespa, destaca o Barômetro da Sustentabilidade, instrumento dos indicadores do bem-estar humano e do ecossistema no território paraense.
“Inicialmente desenvolvido no Canadá, tem a intenção de acompanhar o progresso de determinado território e acompanhar o grau de sustentabilidade dos municípios para saber se estes estão tendo regressão ou progressão em várias situações, como a mortalidade na infância, a mortalidade materna, o número de médicos naquela cidade, número de leitos hospitalares, a gravidez na infância e adolescência, o grau de extrema pobreza do município, a taxa de atividade, o trabalho infantil, a renda per capita no município, o trabalho infantil, o grau de analfabetismos, o grau de evasão escolar, o grau de acesso à internet, acesso à energia elétrica, a quantidade de denúncia de roubos, homicídios”, citou Roberto fazendo referência aos indicadores sociais.
Já em relação ao meio ambiente, os indicadores tratam do grau de desmatamento, a população em domicílio com água encanada, com banheiro, a quantidade de focos de calor e a coleta de lixo domiciliar, por exemplo.
“A finalidade destes indicadores é fornecer subsídios para o Governo do Estado para elaborar políticas condizentes com a realidade específica de cada município, com base em um diagnóstico. O Barômetro é um medidor das problemáticas do município, mostra a realidade ao gestor que muitas vezes não está enxergando”, resume o diretor.
Por Dayane Baía (SECOM)